sábado, 23 de abril de 2011

Auto da Paixão do Senhor emocionou 30 mil pessoas

Texto: Nice Affonso, do Portal da Arquidiocese do Rio
Fotos: Carlos Moioli e Gustavo de Oliveira


Cerca de 30 mil pessoas se reuniram na noite da Sexta-feira Santa, 22 de abril, nos Arcos da Lapa, para viverem as emoções da encenação do Auto da Paixão de Cristo. Realizado há 41 anos pela Associação Cultural da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, o espetáculo surpreendeu pela beleza e sensibilidade, ao presentear o público também com um canto lírico, que marcou o momento da morte de Jesus.

32 atores da Companhia de Teatro Julieta de Serpa empreenderam o melhor de suas emoções para levarem aos presentes momentos importantes da vida pública de Jesus. Com texto de Felipe Dias e direção de Roberto Padula, a peça mostrou o Sermão da Montanha, a transfiguração, a entrada triunfal em Jerusalém, os vendilhões do templo, a mulher adúltera, o cego de nascença, os anciãos tramando a morte de Jesus e a última ceia. A agonia no Horto das Oliveiras, a traição de Judas e a prisão de Jesus, que foi levado ao Sumo Sacerdote, experimentou a negação de Pedro, foi a Pilatos e depois a Herodes, retornando, em seguida, a Pilatos, sofrendo a flagelação, condenação, coroação de espinhos e crucifixão — momentos finais da vida do Messias — também foram relatos representados com muita sensibilidade.

O momento mais surpreendente, que emocionou e arrancou muitos aplausos do público, foi a cena em que Jesus foi retirado da cruz e entregue à sua mãe. A atriz e cantora lírica Carla Odorize, no papel de Maria, interpretou “Pietá”, conseguindo, através da música, transpor para os que assistiam ao espetáculo toda a profundidade da dor de Maria Santíssima, mãe daquele que, pela cruz, conquistava a salvação da humanidade.


— Interpretar Maria foi uma grande responsabilidade e uma emoção muito forte. Até porque, como a gente está vivendo tempos de tanto desamor, de tanta violência, de tanta frieza, é importante passar uma mensagem de fé e de elevação, que é a Páscoa, porque nós sabemos que em Nosso Senhor Jesus Cristo tudo é possível, partilhou a atriz.

Mais do que retratar o sofrimento passado por Jesus, o objetivo da peça foi dar destaque ao sentido da Páscoa, quando Cristo, ao preço do seu precioso sangue, redimiu a humanidade e venceu a morte. Para o Presidente da Associação Cultural, Carlos Alberto Serpa, o espetáculo, que reuniu arte, música, coreografia e cenografia, revelou uma nova forma de evangelização.

— Nosso objetivo com esta encenação foi poder levar essa forma de evangelização à população do Rio de Janeiro. Todos nós conhecemos um pouco da vida de Cristo, mas uma apresentação como essa, que misturou todas as formas da arte brasileira (...), foi de uma beleza, que emocionou a todos. Então, trazer emoção ao povo, no dia da Paixão de Cristo, é uma forma nova de evangelização, que fez com que a gente pensasse um pouco, dentro de nós mesmos, sobre a importância deste dia para a nossa conversão, pontuou.


Antes da encenação do Auto da Paixão, o Arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta, saiu em procissão, da Catedral Metropolitana, pelas ruas do centro da Cidade, conduzindo a Via Sacra. As imagens do Senhor Morto e de Nossa Senhora da Dores ajudaram os cristãos a melhor participar do momento de oração, quando cada um pôde testemunhar a fé em Cristo, Vida que venceu a morte.

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