terça-feira, 6 de março de 2012

Padre Alex Siqueira assume o Vicariato Leopoldina

Texto e fotos: Carlos Moioli, do Portal da Arquidiocese do Rio

Na tarde de sábado, 3 de março, o Arcebispo Dom Orani João Tempesta deu posse ao Padre Alex da Silva Siqueira como Vigário Episcopal do Vicariato Leopoldina, sucedendo ao Monsenhor Luiz Antônio Pereira Lopes, que esteve na função durante os últimos 17 anos. Com território pastoral localizado na Zona Norte do Rio de Janeiro, o Vicariato Leopoldina possui 39 paróquias, 52 presbíteros, e aproximadamente dois milhões de habitantes.

Realizada no Santuário Nossa Senhora da Penha, a celebração de posse foi precedida por uma Hora Santa nas intenções da próxima Jornada Mundial da Juventude. Juntamente com os presbíteros da região, a presença do Animador do Vicariato e Bispo Auxiliar, Dom Pedro Cunha Cruz.

Na saudação inicial, Dom Orani recordou como é bom ver que o trabalho pastoral na região está no caminho certo, dando frutos. Mas que é necessária a renovação, para que a responsabilidade possa ser assumida e compartilhada por outros irmãos, sempre com o auxilio de quem tem mais experiência.

O Arcebispo agradeceu o trabalho realizado pelo Monsenhor Luiz Antônio Pereira Lopes, destacando sua unidade na partilha das preocupações, onde procurou sempre servir ao povo de Deus como pároco, vigário episcopal e, entre suas iniciativas, o importante trabalho que realiza à frente da Pastoral das Favelas.

Sobre o Padre Alex, o Arcebispo lembrou que ele respondeu prontamente ao chamado da Igreja para a nova função, sem saber inicialmente o que era. Como de costume, bem disposto, e de coração aberto, disse sim. É um trabalho belíssimo e importante para a Igreja, destacou Dom Orani, mas supõe sacrifícios, pois sobre seus ombros há o peso das responsabilidades de toda a região.

De acordo com o rito, Padre Alex fez a profissão de fé e o juramento de fidelidade, demonstrando que sua missão é feita em comunhão com toda a Igreja. Com leitura feita pelo Diácono Leandro Lemos, a provisão é datada de 23 de fevereiro, para um mandato de três anos. No documento, amparado por vários cânones do Código de Direito Canônico, o vigário episcopal é contemplado com a faculdade de administrar o sacramento da Crisma no território do Vicariato.

Na homilia, ao refletir sobre as leituras do 2º Domingo da Quaresma, Dom Orani lembrou a feliz experiência dos três apóstolos no episódio da transfiguração, quando puderam contemplar Jesus glorioso. Por outro lado, não entenderam porque Jesus proibiu que eles revelassem o que haviam presenciado. Disse ainda que a tônica da liturgia é a morte e ressurreição de Jesus. Enquanto o filho de Abraão era poupado, o filho amado de Deus era entregue à morte de Cruz, para a salvação de todos.

— Nem sempre o mundo nos escuta, porque muitas vezes repetimos coisas que aprendemos. O importante é fazer a experiência, assim como os apóstolos, do encontro com o Senhor. Sabemos que Ele morreu e ressuscitou e que não é mais proibido, pelo contrário, temos o mandato divino de proclamar a Sua presença entre nós ao mundo, afirmou o Arcebispo.

No contexto da transfiguração, Dom Orani lembrou que a missão do vigário episcopal é proclamar a vida nova que Jesus oferece, e que a ressurreição acontece quando é feita a passagem do pecado para a vida da graça em Deus. Que a alegria do homem é estar junto com Cristo, e de não ter medo de seguí-LO.

Disse ainda que sobre os ombros do vigário episcopal pesa a responsabilidade de manter a unidade com a Igreja em todos os seus âmbitos, caminhar junto com os irmãos sacerdotes, os diáconos e os agentes de pastorais, sentindo com o coração as necessidades da arquidiocese. Ter o olhar sobre tudo e voltado a todos, acompanhando o crescimento da cidade e a urgência na implantação de novos espaços de culto, tendo sempre em vista a dinamização por uma nova evangelização.

Padre Alex: “Como presente, peço orações”

No final, ao fazer uso da palavra, Padre Alex agradeceu o trabalho desempenhado pelo Monsenhor Luiz Antônio, destacando sua amizade, seus exemplos, e todo o bem que fez pela dinamização pastoral no Vicariato.

Apresentando-se como um humilde trabalhador da Vinha do Senhor, Padre Alex reconheceu suas limitações, mas afirmou que está disponível à graça de Deus, na certeza que Ele irá capacitá-lo para a missão. Destacando a importância da unidade entre os irmãos de sacerdócio, pediu a proteção da Mãe de Deus e, como presente, também pediu aos fiéis que rezassem pelo seu ministério.

— Acima de qualquer função, somos padres. A alegria sacerdotal deve nos motivar a trabalhar na amizade, na unidade, a caminhar juntos para corresponder às grandes empreitadas que são apresentadas para nós, como a Jornada Mundial da Juventude, afirmou Padre Alex.

Monsenhor Luiz Antônio: “Servir a Deus é servir a vocês”

Muito emocionado, Monsenhor Luiz Antônio agradeceu pela amizade, carinho e respeito com que foi tratado por todos, durante os 6.205 dias em que esteve na função de vigário episcopal. Ao fazer memória de Dom Helder, com quem já celebrou, deu graças a Deus pela sua vocação, mesmo achando “não ser merecedor”. Na pessoa do Arcebispo, agradeceu à Igreja, que acreditou na sua vocação e que investiu na sua formação.

— A Igreja investiu em mim, tive a oportunidade de estudar na PUC-Rio. Meus pais jamais poderiam financiar meus estudos, por vir de origem pobre, e me orgulho muito disso. Por isso, faço questão de dedicar meu sacerdócio aos pobres, através da nossa querida e amada Pastoral das Favelas, disse.

Na pessoa do Padre Alex, Monsenhor Luiz Antônio agradeceu pela estima dos amigos e irmãos de sacerdócio. Agradeceu a todos pelo trabalho que realizam nas comunidades, dizendo que é o Espírito Santo quem move a Igreja nos desafios de cada dia. Também fez um agradecimento especial ao povo de Deus, convocando todos para auxiliar a Arquidiocese pelo êxito da Jornada Mundial da Juventude.

— A nossa missão existe por causa de vocês. Servir a Deus é servir a vocês que passam por nossa vida. Agradeço a cada um. Todos nos ensinam muito, e temos a oportunidade de servir a Deus. Quanto mais eu sirvo ao povo, mais ainda sirvo a Deus, e assim realizo meu sacerdócio, completou.

Dom Pedro: “Fazer a vontade de Deus”

Por fim, Dom Pedro agradeceu pelo trabalho de Monsenhor Luiz Antônio, pela sua sensibilidade em conhecer o perfil de todas as comunidades paroquiais, destacando ainda a importância e a riqueza do Vicariato Leopoldina no contexto da Arquidiocese, por sua pluralidade acentuada na pastoral. Também explicou a razão das novas nomeações e deu boas-vindas ao novo vigário episcopal.

Referindo-se à primeira leitura, o “sacrifício de Isaac”, disse que Padre Alex está agora subindo a montanha com o “filho no colo”. Afirmando que o projeto não é pessoal, mas de Deus, lembrou que na trajetória ministerial o Senhor vai testando a obediência de seus eleitos. Nesse sentido, elogiou a firmeza do Padre Alex ao dizer sim aos planos de Deus.

— A primeira virtude de um vigário episcopal é saber ouvir o clero e o povo santo de Deus. Ao propor qualquer decisão, sempre trabalhando em atitude de amizade, deve ser verificado se está em conformidade com a vontade de Deus. O nosso ministério só tem sentido quando fazemos a vontade de Deus, concluiu Dom Pedro.

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