terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Paróquia Sant’Ana celebra jubileu de 200 anos

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O primeiro Santuário de Adoração Perpétua do Brasil, a Paróquia de Sant’Ana, no Centro do Rio, celebra no dia 15 de dezembro seu jubileu de 200 anos. Ela abriga, desde 1926, há 88 anos, a Obra de Adoração Perpétua, fundada por Dom Sebastião Leme Silveira Cintra. As relíquias e símbolos que a paróquia guarda ajudam a contar a história da cidade do Rio de Janeiro, que começou a ser construída a partir do Centro.
A missa em ação de graças pelo jubileu será celebrada pelo bispo auxiliar Dom Edson de Castro Homem, no dia 14 de dezembro, às 10h.
O início de tudo
A primeira igreja dedicada a Senhora Sant’Ana na cidade foi construída, em 1735, devido à devoção do povo, que inicialmente venerava a imagem da padroeira na Igreja de São Domingos de Gusmão, que em 1943 foi derrubada para a construção da Avenida Presidente Vargas.
A igreja primitiva, que ficava onde hoje é o prédio da estação da Central do Brasil, foi edificada num grande terreno conhecido como Campo de Santana.
Quando foi estabelecida a Paróquia de Sant’Ana, em 1814, por decreto de Dom João VI, foi construída a matriz que funcionou até 1870, quando foi reconstruída e permanece até hoje, apesar das reformas de 2003.
“A Paróquia de Sant’Ana está instalada onde era a cidade na época. Não existia outros bairros, como conhecemos hoje. Foi aqui no Centro que nasceram todas as festas e manifestações culturais do Rio. Por isso, Sant’Ana é a segunda padroeira do Rio de Janeiro, depois de São Sebastião”, esclareceu o pároco, padre José Laudares de Ávila, pároco desde julho de 2003.
Matriz do pioneirismo
Além de ter sido o primeiro Santuário de Adoração Perpétua do Brasil, foi também a primeira sede da comunidade dos Alcóolicos Anônimos (AA) e a primeira casa da Congregação do Santíssimo Sacramento dos padres sacramentinos no Brasil, que vieram por ocasião da fundação da Obra de Adoração Perpétua. A matriz possui ainda uma das maiores custódias do mundo, com cerca de 2 metros e meio de altura, para abrigar o Santíssimo Sacramento.

temp_titlesantana_4_08122014093927Santa Prisciliana
A matriz guarda a relíquia da Virgem Mártir Santa Prisciliana, um presente do Papa Gregório XIII ao imperador Dom Pedro II. Vinda do Vaticano de navio, a relíquia foi recebida na Praça Mauá por muitos fiéis, que a transladaram onde hoje é a Avenida Marechal Floriano até a primitiva Igreja de Sant’Ana.
Obras sociais
Mesmo situada no Centro, bairro pouco residencial, a paróquia consegue manter projetos sociais como os Alcóolicos Anônimos e a Obra do Berço, que consiste no apoio e a distribuição de enxovais para crianças. A distribuição acontece duas vezes por ano, em julho, por ocasião da Festa de Sant’Ana e, em dezembro, no tempo do Natal. A paróquia também faz visitas aos pobres da região, que recebem mantimentos e roupas uma vez por mês.
Adoração Perpétuatemp_titlesantana_7_08122014094004
A prática da adoração ininterrupta ao Santíssimo Sacramento em sistema de escalas é feita por dois grupos: o dos adoradores diurnos, homens e mulheres que se revezam entre 6h e 21h, e o dos homens adoradores noturnos, oriundos das comunidades vizinhas e até mesmo de cidades próximas, que pernoitam, revezando na adoração, entre 22h e 5h. Os adoradores fazem parte da Guarda de Honra do Santíssimo Sacramento. No prédio anexo à matriz se encontra a Casa Pio XII, que conta com 132 leitos para que os grupos possam se revezar à noite entre as horas de sono e as de adoração.
“O santuário é um centro onde as pessoas vão para encontrar o Senhor, para adorá-Lo no Santíssimo Sacramento. A própria palavra santuário significa local de peregrinação, onde as pessoas vêm para encontrar-se com Deus e também para celebrar os sacramentos”, destacou o pároco.
Dom Sebastião
A igreja abriga ainda o túmulo de Dom Sebastião Leme, que fez questão de ser enterrado em frente ao presbitério, para que pudesse estar sempre próximo ao Santíssimo Sacramento.
“Ele deixou em testamento que queria ser sepultado aqui para que os adoradores passassem por cima do que seria o seu túmulo. Por isso há o tapete de vidro que cobre o túmulo na entrada da igreja. Enquanto ele foi arcebispo do Rio, vinha todas as manhãs, às 9h, fazer adoração. Ele dizia que resolvia os problemas da arquidiocese em Sant’Ana”, contou o padre Laudares.
Programação do Tríduo
Dia 11 de dezembro
18h - Abertura
Celebrante: Monsenhor Gustavo José Cruz Auler
Dia 12 de dezembro
18h - Segundo dia do Tríduo
Celebrante: frei Gilmar Vasques Carreira (OFM)
Dia 13 de dezembro
17h - Concerto musical do Coral e Orquestra da Associação Cristã de Moços (ACM) do Rio de Janeiro
18h - Encerramento
Celebrante: Padre José Laudares de Ávila (SSS)
Dia 14 de dezembro
10h - Solene comemoração jubilar da criação da paróquia
Celebrante: Dom Edson de Castro Homem - bispo auxiliar da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro
12h - Almoço paroquial


Fotos: Carlos Moioli 

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