Especial JMJ: Dom Orani ministra primeira catequese em Português

Renata Rodrigues, do Jornal Testemunho de Fé
Fotos: Carlos Moioli


Reunidos na Igreja dedicada a São Sebastião, Padroeiro da Arquidiocese do Rio, centenas de peregrinos, a maioria brasileiros, participaram da primeira catequese em português da Jornada Mundial da Juventude, na manhã desta quarta-feira. A catequese foi conduzida pelo Arcebispo Dom Orani Tempesta.

Em outras seis paróquias também foram feitas catequeses em português, conduzidas por bispos do Brasil. Amanhã Dom Orani fará a catequese na Paróquia Assunção de Nossa Senhora e no dia 19, na São Domingos Sávio

Os bispos auxiliares do Rio Dom Antonio Augusto Dias Duarte e Dom Paulo Cezar também participaram desse momento de alegria e partilha. O pároco Jorge Avila deu as boas vindas aos presentes, e integrantes da comissão do Rio participaram da animação.

Louvor e oração marcaram esse inicio de dia. Emanuel Stenio, da Comunidade Canção Nova, que conduziu a oração inicial, lembrou o chamado de Deus para aqueles que estão em Madri, não por coincidência, mas porque o Senhor tem um propósito para cada um.

- A maior delegação da história das Jornadas Mundiais da Juventude foi a que o Brasil mandou, disse o Arcebispo do Rio saudando os participantes. Dom Orani lembrou também que essa foi uma das primeiras igrejas a receber o caminho neocatecumenal no país.

O Arcebispo explicou que nos três dias serão dadas catequeses com base no tema da JMJ. Para o dia de hoje a partilha foi feita sobre ser “Firmes na fé”.

Para começar, Dom Orani apontou a intolerância religiosa que existe nos dias de hoje e as mudanças no mundo sobre a questão da fé.

- A conferência de Aparecida nos fala da mudança de época, a mudança de mentalidade. O Papa mesmo fala que existem pessoas que vivem como se Deus não existisse, como em um ‘eclipse’ de fé”, lembrou.

Ainda ressaltando as palavras do Papa para essa catequese, Dom Orani lembrou a importância de crer na existência de Deus:

- Ele fala que tudo muda com a crença da existência de Deus. Isso muda completamente a nossa vida. ‘O mundo sem Deus se torna inferno’, diz o Papa. (...) Meus irmãos jovens, vocês estão dizendo justamente o contrário. E é isso que a Igreja diz nesses encontros da catequese: que possamos afervorar nossa fé, manifestando esse dom da fé. Quando acolhemos a revelação do que Cristo nos trouxe, vivemos de outro modo. Somos chamados a sermos firmes na fé, testemunhas desse Cristo no mundo de hoje. O rosto humano de Deus nós encontramos em Cristo e isso transforma a nossa vida. Nós o encontramos na Eucaristia, na penitencia, no enfermo. A Cruz é o sinal da nossa salvação, afirmou o Arcebispo.

Dom Orani destacou que se vive em uma época em que muitos católicos desanimam. Segundo ele, há também muitas imagens falsas de Jesus difundidas. Em sua abordagem, evidenciou que, independente do cenário social, há uma grande importância em o jovem não ter medo

- Estamos aqui para abrirmos nosso coração para Jesus e testemunhar que vale a pena seguí-lo. A fé, também vamos encontrá-la vivendo em comunidade. Ela é dom, mas também adesão. E essa vida em comunidade nos faz vivê-la de forma cada vez mais profunda. Conhecer a Deus nos faz viver cada vez mais essa fé de forma madura e entusiasta, concluiu.

Dom Paulo falou em entrevista aos veículos de comunicação da Arquidiocese do Rio sobre a alegria de ver mais de um milhão de jovens reunidos na JMJ:

- Isso mostra a força da Igreja. Lembrando as palavras do Papa, a Igreja é uma Igreja jovem, disse.

Em relação aos jovens desta nação, Dom Paulo acredita que eles trazem a experiência da Igreja brasileira e também levarão de Madri os frutos da Jornada.

Ao final, alguns jovens deram testemunho sobre a fé e a vivência do amor de Deus. Houve também espaço para perguntas dos participantes.

Em seguida, os jovens participaram da Missa. Devido ao grande numero de peregrinos, que superlotou a igreja, foram feitas duas celebrações. Uma presidida por Dom Orani e outra por Dom Antonio Augusto.

Igreja de São Sebastião


A Igreja, fundada em 1541, foi destruída em 1936 na guerra civil e reconstruída em 1959. O templo foi declarado Monumento Nacional Histórico Artístico em 1969.

Uma das imagens que estão na Igreja é da Santa Maravilhas de Jesus , carmelita que foi batizada nessa paróquia e canonizada em 2003 por João Paulo II em sua visita a Madri.