domingo, 30 de maio de 2010

HORA SANTA DOS DEFICIENTES


Na manhã deste domingo, 30 de maio, a pastoral dos deficientes,a Fraternidade Cristão dos Deficientes, o Movimento dos Deficientes Físicos e a Pastoral dos Surdos, vieram apresentar que não há dificuldade que impeça louvar a Jesus na Eucaristia. O oficiante foi o Padre Jayme Henrique Oliveira, assessor da Pastoral dos Surdos da Arquidiocese do Rio de Janeiro e da Regional Leste 1 da CNBB. O grupo veio dar exemplo para todos os cristãos: desde antes de iniciar a celebração, estavam tão felizes e alegres que qualquer um que os visse diria - "Vejam como eles se amam!"

Padre Jayme, acessor Diocesano para a pastoral dos deficientes, ao iniciar explicou que a celebração era para todos: deficientes ou não. Era necessário falar pausadamente e ter a interpretação na liguagem de sinais.



Esta é, sem dúvida, uma Hora Santa diferente, com gestos que traduzem todas as orações apresentadas a Deus. É interessante perceber que até aqueles que não estão acostumados a usar a Libras, Linguagem Brasileira de Sinais, podem entender, sem muito esforço, a forma como os intérpretes traduzem para os surdos as leituras. Outra característica marcante é a forma de se rezar o Pai Nosso, onde os membros da assembléia encostam os pés, deixando as mãos livres.

Em sua reflexão, Padre Jayme fez uma comparação da santíssima trindade com uma árvore. A parte mais importante da árvore é a raiz. Em seguida o tronco, e finalmente as flores. A Santíssima Trindade, da mesma forma e como o nome diz, são três pessoas. O Pai, Deus, o criador, é a raiz, que é o criador, nos dá a sustentação e ama o Filho. O Filho, Jesus Cristo, é o tronco, é o caminho, a verdade e a vida, nos conduz para o céu, para o Pai. Finalmente, a terceira pessoa, o Espírito Santo, são as flores, é o encontro do Pai e do Filho. Hoje pedimos a Deus comermos os frutos da árvore chamada santíssima trindade. Frutos como saúde, amizade, união, paz, amor, humildade, carinho e tantos outros dons que Deus nos dá, basta que estejamos atentos e aceitar o Seu chamado.

Logo na procissão de entrada, a Bandeira do Brasil, trazida como esperânça para um Brasil melhor e preocupado com as necessidades dos deficientes.

Deficientes visuais e auditivos trocavam informações do que acontecia na Adoração.

"Não há dificuldades para quem tem Jesus no seu coração..."

Não se via um sinal de tristeza...

O menino Davi sempre atento...
Para nos ajudar como intérprete, Mônica Fernandes dos Santos, 30 anos, trabalha como intérprete a 9 anos na Paróquia Bom Jesus da Penha. Foi convidada a este trabalho por um amigo, Carlos, que já pertencia a esta pastoral. De imediato aceitou o desafio e diz não ter dificuldade nenhuma como catequista de deficientes auditivos:
- " Quando se tem o coração aberto para Jesus, tudo se torna mais fácil e as dificuldades são superadas".
Neste momento, Mônica está catequizando o menino Davi , 10 anos de idade. Seu Pai Antonio Souza Salles está muito feliz com o trabalho. Em nenhum momento, Davi demostrou qualquer sinal de dificuldade: portador de deficiência auditiva e motora, entrou a pouco tempo para a catequese, na paróquia da Penha, e está vindo participar desta hora Santa pela primeira vez.
Margarete Assemany, 56 anos, é a coordenadora arquidiocesana no RJ: "É muito importante a Adoração ao Santíssimo Sacramento. Essa pessoas tem uma demostração de fé impressionante. É Jesus estampado em cada face!
Roberto Leandro ,que antecedeu a coordenação diocesana, hoje continua atuante para o que for preciso. Diz que há uma dificuldade na formação de catequistas, com especialização em libras (sinal de comunicação dos deficientes auditivos)

Iracema Guimarães Muller, 63 anos, trabalha a 20 anos com esta pastoral. Estudou em colégio de freiras, estudando para professora, sentiu a carência de mestres e catequistas nesta área, começando este trabalho lá mesmo no colégio, ensinando religião. Hoje é atuante no INES - Instituto Nacional de Educação de surdos e coordena a Pastoral dos Surdos no Regional Leste 1. Está muito feliz com o novo arcebispo Dom Orani João Tempesta que está dando todo apoio para vencer as dificuldades.

"Vejam como eles se amam...".

Padre Jayme, após a cerimônia, explicou que os deficientes buscam, principalmente, o acolhimento na pessoa da Igreja. E nesse momento de oração, onde o próprio Cristo nos recebe na forma do Santíssimo Sacramento, percebemos a unidade da igreja que acolhe a todos sem reservas, sem preconceitos. Essa Hora Santa é uma oportunidade especial para que todos aqueles que possuem alguma deficiência física possam participar com as suas singularidades deste momento de honra a Cristo.
- Diante do Santíssimo Sacramento todos nós sentimos a coragem necessária para superar todas as adversidades, concluiu.

A pascom agradece especialmente à Intérprete Mônica, que gentilmente nos acompanhou neste trabalho. Que a Eucaristia seja o centro da sua vida como catequista!
Reportagem: Victor Gonzalez e Marcos Arzamendia

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